Defesa do indefensável style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> No dia 07/02, o youtuber Monark, em seu podcast, fez uma defesa explicita, baseado na premissa da liberdade de expressão, de que seria legítimo a existência de um Partido Nazista para que se debatesse sobre o assunto. A defesa de uma liberdade anárquica, dentro de uma ordem democrática, apresenta a incompreensão do youtuber sobre o que de fato é e como funciona a democracia. Como pode ser legítimo existir um partido que não tem a premissa do debate, mas de impor suas ideias e pregar o extermínio de vários grupos em nome da superioridade racial? Colocar dentro da democracia grupos antidemocráticos significa, em última instância, legitimar que, caso esses partidos assumam o poder, a democracia pode ser destruída. INCOMPREENSÃO SOBRE LIBERDADE Um dos pais do pensamento liberal, John Locke, apresenta dois conceitos para tratar da liberdade: 1) A liberdade defendida pelo autor, significa a pessoa agir de acordo com os direitos naturais, que são a propriedade privada, liberdade de expressão, culto, etc. É o cultivo das liberdades individuais de modo a dar autonomia ao indivíduo, tendo por limite a existência e bem-estar do outro; 2) Quando a liberdade fica anárquica o autor utiliza o termo licenciosidade, que é o tipo de liberdade que pode atentar contra a existência do outro, a qual é extremamente nociva para a manutenção do pacto social e manutenção da paz. Muitas pessoas, jovens em especial, que assumem discursos liberais sem o devido estudo, acham interessante a liberdade de falar e defender qualquer coisa nas redes sociais. Nisso, assumem que uma pessoa racista deve ter seu espaço de fala, pois se ela não tiver, ninguém irá controlá-lo. Se uma pessoa prega o ódio a outro indivíduo pela sua condição de nascimento, toda pessoa que se juntar a ela terá inevitavelmente o mesmo ímpeto, o que em médio ou curto prazo resultará em violência, perseguição e morte. Nenhum direito, seja ele qual for, é absoluto, e a liberdade de expressão é um exemplo. Aquilo que pode ser dito no espaço público tem limites claros dentro de parâmetros éticos, cristalizados na forma da lei. PROBLEMA DEMOCRÁTICO As redes sociais têm promovido muitos debates e dado voz a muita gente. O problema é que, através do anonimato e facilidade de expor opiniões, a capacidade de fala é superior à responsabilização sobre o que é dito. A internet apresenta um espaço significativo de ofensas e discursos de ódio. As próprias empresas responsáveis pela gestão das redes sociais tem utilizado alguns filtros, banido determinadas pessoas e/ou grupos que disseminam desinformação e discursos preocupantes. Entretanto, ainda é insuficiente. Para que uma democracia seja plena, os indivíduos precisam ser conscientes de que ser cidadão implica ter direitos e deveres, e estes deveres envolvem a manutenção da paz, do pleno convívio e do respeito às instituições republicanas, ou seja, devemos zelar como indivíduos para o bom funcionamento da democracia.
|
A carreira de docente style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Este tema de hoje tem muito haver com minha profissão e sonho de menina, pois, naquela época, ser professora, porque não conhecia pelo vocábulo de docente, era o sonho da maioria das meninas, fazer magistério para ser professora. Era uma posição privilegiada aos olhos dos pequenos e hoje a realidade é, digamos assim, um pouco mais dura. Como profissional na área da educação, recebo muitos informativos do setor educacional, que sempre está em permanente atualização, seguindo os avanços tecnológicos e ao mesmo tempo as necessidades do contexto socioeconômico do país. Segundo fontes e dados estatísticos, em nosso país, as novidades começam pelo novo Ensino Médio, que passa a direcionar nas escolas a área técnica, colocando o estudante como protagonista de relevância em sua aprendizagem. Já no Ensino Superior, o crescimento se mostra mais voltado na modalidade à distância. Ou seja, docente ou professores, não importa a nomenclatura, permanecem no cerne das mudanças, tendo que se manter atualizados para orientação de seus alunos na caminhada acadêmica, além de manter-se ao mesmo tempo renovando seus conhecimentos pedagógicos. Percebe-se, assim, o destaque e importância do protagonismo do docente no ensino, no entanto o interesse dos jovens por essa profissão vem reduzindo consideravelmente, especialmente para o ensino fundamental e médio, e dependendo ainda a falta de intenção em determinadas áreas é maior. O déficit de docentes, portanto pode ser menor ou maior dependendo da área específica do conhecimento, até mesmo pela falta de profissionais com a formação específica, ficando desta maneira a relação do número de alunos por professor comprometida, o que por vez acarreta problemas na aplicação da metodologia de ensino mais individualizada, centrada nas dificuldades e nas habilidades de cada estudante. Então, a pergunta que devemos levantar: porque os jovens não desejam a docência? Imediatamente, vem a questão salarial, entre outros motivos. A média do salário no início de carreira, pode até parecer competitivo em relação ao de outras profissões, porém as realidades locais são diferentes, a exemplo de regiões mais produtivas, onde a competitividade é maior, e a remuneração em outra atividades acaba sendo maior, afora a ideia de que ao optar pela docência terão de confrontar-se com condições de trabalho longe das ideais. Os sindicatos, conselhos e categoria almejam que se a remuneração inicial fosse mais atrativa, poderia assim atrair mais estudantes a carreira de docente. Mesmo a docência superior em determinadas áreas encontra déficit de profissionais com qualificação acadêmica condizente. Fica aqui a inquietude de quem está sempre levando a educação e conhecimento aqueles que desejam ser docentes. Por certo que quebrar paradigmas estabelecidos não é tarefa fácil, exige esforço das redes de educação e estratégias coordenadas para estudantes na busca de formação para ser um professor ou professora. |